27 maio 2010

Andar nos passeios da cidade

O carro apontou o focinho ao passeio, uns metros à minha frente.
Parei.
Dois pneus galgaram o passeio deixando ainda um pouco de espaço entre a parede e o veículo.
Fixei o olhar na condutora. Jovem. Abanei a cabeça em sinal de desacordo. Tinha uma dor de dentes insuportável.
Ao passar, ela pergunta:
- O que foi?
Mesmo do outro lado da rua havia um lugar vago.
Respondo-lhe:
- Incomoda-me a mim e a todos os peões. Tem mesmo um lugar ali em frente!
- Só tenho por dois ou três minutos, vou buscar o meu filho ao infantário. Naquele lugar tinha que pôr a moeda na máquina, tinha que pagar.
- E assim incomoda as pessoas, não é?
A condutora começa a berrar. Mas o que quer? Mas o que quer?
Só lhe respondo: Estúpida!
Doía-me um dente, tinha um abcesso. Não tinha vontade de perder tempo.
Fiquei sem perceber se, para aquela mulher de cerca de trinta anos e de cabelos pintados de claro, a lei só se resumia ao ter que pagar num lugar de estacionamento correcto. Afinal ela estava no seu pleno direito de parar o carro e incomodar as outras pessoas.
O que lhe ensinaram na escola?
Com uma mãe como ela, como será, no futuro o seu filho?

(Na rua Miguel Bombarda, entre um infantário e o Centro de Saúde, terça-feira, 25 de Maio de 2010, por volta das 17 horas).

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