O Alberto era a personagem mais falada na época do Natal, quando eu ainda vivia com os meus avós.
O senhor Alberto, como eu lhe chamava na altura, ora um ano oferecia um caixa de bolachas inglesas (com um complicado rótulo azul sobre um paralelepípedo em lata) ora outro, oferecia uma garrafa de espumante.
O meu avô gozava sempre com o espumante e não se inibia de dizer quando se abria a garrafa: “ Lá vamos beber o xixi do Alberto”!
Durante anos perdi o Sr. Alberto de vista. Um dia, encontrei-o em frente da sua antiga mercearia. Agora era um armazém com as montras transformadas em entrada de garagem. Estava na mesma, talvez com menos brilhantina nos cabelos, sem bigode e sem aquela bata cinzenta. O cinzento tinha-lhe ido para os cabelos e uma gravata crescera à volta do pescoço.
Continuei o meu caminho. Sorri a pensar no “xixi” do Alberto!
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